Relato da reunião de maio/junho de 2005 entre 3 representantes das 3 nacionalidades de Moynas sulamericanos e nossos parentes irlandeses

domingo, outubro 16, 2005

Time completo

Acordei quando avião estacionava. Na saída, Mackie e Nancy me receberam e ficamos os três aguardando a chegada de Juan Manuel de Washington. Com a chegada do representante chileno a equipe estava formada para a expedição. Por sorte minha, ele e minha tia falam um português razoável, o que facilitou a minha vida.

Com o Juan Manuel também chegaram informações interessantes sobre as pesquisas dele a respeito da família, além da filmadora na qual seriam registradas algumas imagens inesquecíveis, posteriormente gravadas num DVD que ele distribuiu aos parceiros de viagem.

Enquanto tia Nancy voltava à casa do Mackie e continuava sua exaustiva complementação da árvore genealógica dos Moyna - um rolo quilométrico de papel com gerações e gerações de familiares, distribuídas por ramos e países diferentes - eu e Juan tomávamos posse do apartamento da Jo. Elegantemente, ele concedeu que eu ficasse com o melhor quarto.

Dormi o sono dos justos para me recuperar da farra da noite anterior e à tarde nos encontramos na casa do Mackie novamente. Em seguida chegaram Ciaran e Bill para nos levar para um tour que cruzaria a cidade em direção à parte sul da Baía de Dublin.

sexta-feira, outubro 07, 2005

Ramblin' Boys

De volta a Vestry Court, os rapazes já estavam terminando os trabalhos. O Philip se encarregava do jantar e me convidou a me juntar a eles. Depois de alimentado, aproveitei o computador dele para um download das fotos para esvaziar a máquina e depois tomei um banho para um "download" do cansaço do dia todo. Nada como infraestrutura!

Quando estava chegando ao apartamento, percebi um movimento de festa do outro lado da rua e foi quando os dois me convidaram para uma "boca livre" que eu entendi o que se passava. Estavam inaugurando uns novos prédios residenciais no local onde existia um conjunto de edifícios medonhos do Ministério do Meio Ambiente. A demolição levou anos, porque havia um abrigo anti-aéreo da Guerra com paredes de 9 metros de espessura. A festa era para o pessoal da empreiteira comemorar a entrega da obra.

Cruzamos a rua e entramos na festa. Churrasco, cerveja portuguesa (!?) e figuras de aspecto familiar me causaram estranheza. O "décor" da festa era mais bizarro ainda: um visual western com direito a saloon e cowboys. Seria influência das telenovelas brasileiras? Pois não é que o ambiente estava infestado de brasileiros?! Explica-se. Empreiteira francesa contrata gerentes portugueses, que contratam mão de obra brasileira. Está feita a bagunça. O que importa é que enchemos a cara de cerveja grátis, falamos de punk rock e dos Crazy Moynas, assistimos a um show louquíssimo de dançarinas de saloon e avaliamos algumas "presas" potenciais. Quando é que eu iria imaginar essa situação?

Não há melhor companheiro de farra que um irlandês, e Philip e Darragh me colocaram no caminho do pecado. O problema é que eu tinha que acordar às 3:30 da manhã e já era 1:30 e a cerveja ainda rolava. Resolvemos encerrar a noitada e eu caí duro na cama de roupa e abraçado com o despertador. O Philip tinha arranjado um mini cab para me pegar na hora marcada e, como não podia deixar de ser, o cara foi pontualíssimo. Se não fosse o interfone eu jamais acordaria. O despertador tocou em cima do meu peito e eu não acordei.

Embarquei no táxi completamente sonado e desembarquei em King's Cross para pegar meu trem para Luton. Dei de cara com grades de ferro fechando a entrada da estação e um faxineiro. Perguntei ao sujeito como eu fazia para entrar e percebi que ele não falava nada de inglês. Através da linguagem universal, ele me explicou que havia uma entrada logo adiante. Não havia um só funcionário à vista, então comprei minha passagem na máquina, enquanto os jamaicanos pulavam a roleta atrás de mim. Bem que os rapazes tinham me dado idéia de fazer o mesmo...

Ufa! Consegui chegar na hora planejada ao aeroporto e ainda deu para tomar um café reforçado e comprar um livro. Embarquei no "expresso" de Ryan e desmaiei antes mesmo do avião ligar as turbinas. Bye, London!

Power Tour - Part 2

Depois das compras na HVM, ainda fiquei fuçando em Oxfort St. algumas lojas interessantes que vendiam roupa usada. Em seguida desci Charing Cross para voltar à margem do Tâmisa.

Ainda estava com meu cartão postal de Dublin no bolso, à espera de um selo. Entrei numa lojinha de uns iranianos e comprei um cartão local para mandar para minha mãe. Em seguida, cruzei a rua e comprei uns selos com um indiano e sentei numa escada em prente a uma caixa de correio para escrever. Quando estava terminando, passou um rapaz, paquistanês por sinal, para recolher as cartas e eu pus meus cartões direto na sacola do cara. Cartões totalmente multinacionais e multiétnicos. Aliás, nada mais multi-qualquer-coisa que Londres.

Passei por Trafalgar e cruzei para a margem oposta do rio pela Millenium Bridge, uma ponte "peatonal" moderna construída anexa à velha ponte ferroviária que sai da estação de Charing Cross. Em seguida, passei pelo Jubilee Garden, um gramadão retangular sem nenhum elemento de destaque. Basicamente, um retângulo verde ao lado da Old County Hall e em frente ao London Eye, a mega roda-gigante. Nem pensei em dar uma voltinha naquilo. Meu tempo estava se esgotando.

Segui pela margem, passando pelas esculturas gigantes do Dali e cruzei de novo para a margem esquerda pela ponte de Westminster, em frente ao Big Ben. Fiz o trajeto por entre a Abadia de Westminster e todo o conjunto histórico até voltar ao apartamento do Mackie.